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Selic no maior patamar em quase 20 anos
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Bom dia, no Money Docs de hoje você vai ver:
— Aumento da Selic
— INSS
— Bradesco
— Lei Genus
— Investimentos da Nestlé no Brasil
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Money Docs, Edição número 111 de quinta-feira, 19/06/2025
Copom aumenta, e Selic vai a 15% pela primeira vez em quase 20 anos
ECONOMIA

Ontem, quarta-feira (18), o Banco Central (BC) anunciou mais um aumento na taxa Selic, levando os juros básicos da economia brasileira para impressionantes 15% ao ano. Esse é o maior patamar desde maio de 2006, quando a Selic estava em 15,25%.
O que aconteceu?
O Comitê de Política Monetária (o famoso Copom) decidiu, de forma unânime, subir os juros em 0,25 ponto percentual, ou seja, um ajuste mais leve do que em outras reuniões.
Nos últimos meses, o BC vinha fazendo aumentos maiores:
Foram três altas seguidas de 1 ponto percentual
Depois, uma alta de 0,5 ponto
E agora, essa de 0,25 ponto
A reunião desta quarta-feira marcou a sétima elevação seguida da Selic desde o início do atual ciclo de aperto monetário, iniciado em setembro de 2024.
Por que o Banco Central está subindo tanto os juros?
O principal motivo é controlar a inflação.
Quando os juros sobem, o crédito fica mais caro: financiamentos, empréstimos, compras parceladas, tudo isso pesa mais no bolso.
Isso reduz o consumo, o que ajuda a frear a inflação, já que menos gente gastando significa menos pressão sobre os preços.
O problema é que a inflação no Brasil não tem dado trégua.
O IPCA, que é o índice oficial de inflação, acumulou uma alta de 5,32% nos últimos 12 meses até maio, mesmo com os juros já muito altos.
A meta de inflação do BC é 3%, ou seja, ainda estamos longe dela.
O que o Copom disse no comunicado?
Desta vez, o Banco Central usou um tom mais direto e até um pouco duro. Algumas frases chamaram atenção:
“Período bastante prolongado” → O BC disse que os juros vão ficar altos por um bom tempo. Não espere quedas tão cedo.
“Patamar significativamente contracionista” → Em outras palavras: os juros vão continuar pesados, para segurar a economia.
“O Comitê enfatiza que seguirá vigilante” → Eles querem deixar claro que, se a inflação não ceder, pode haver novos aumentos.
E o mercado, o que esperava?
A maioria dos analistas achava que o BC fosse manter os juros na reunião desta quarta, sem novos aumentos.
Mas nos últimos dias, o clima mudou.
Vários investidores passaram a apostar que o Copom subiria a Selic mais uma vez. Até bancos como o BTG Pactual mudaram suas previsões de última hora.
Um dos motivos foi uma declaração do presidente do BC, Gabriel Galípolo, no começo do mês:
“Estamos ainda discutindo o ciclo de alta. A flexibilidade significa que estamos abertos a tomar decisão de continuar subindo”, disse ele em um evento.
Quais os motivos para esse aumento inesperado?
O Banco Central listou alguns fatores principais:
A economia brasileira continua resiliente, ou seja, não está desacelerando como o esperado.
A inflação de serviços ainda está muito alta, o que mostra que o consumo segue forte.
As expectativas de inflação seguem desancoradas, ou seja, o mercado não acredita que o Brasil vai bater a meta de inflação nos próximos anos.
E agora? Vai continuar subindo?
O BC deu a entender que este pode ser o fim do ciclo de altas, mas não cravou com 100% de certeza.
Se a inflação continuar alta e o consumo forte, outra elevação pode acontecer na próxima reunião.
Por outro lado, se os indicadores começarem a mostrar desaceleração da economia e queda mais consistente da inflação, o Banco pode parar por aqui.
Quando a Selic pode começar a cair?
A previsão de muitos analistas é que os juros só comecem a cair a partir de meados de 2026.
O UBS BB, por exemplo, acha que o primeiro corte só viria entre março e abril de 2026, com reduções lentas: provavelmente de 0,5 ponto por reunião.
O banco também estima que a Selic feche 2026 em 11,75%, o que ainda é um nível alto
INSS: vítimas serão ressarcidas em dois lotes de 15 dias
ECONOMIA

foto: reprodução
Se você é aposentado ou pensionista do INSS e foi vítima de descontos indevidos nos benefícios, aqui vai uma boa notícia: o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social, Gilberto Waller, anunciou que todos os prejudicados serão ressarcidos ao mesmo tempo, sem qualquer tipo de lista de prioridade.
👉 Em outras palavras: ninguém vai ter que esperar mais do que os outros por estar no “fim da fila”.
Como vai funcionar o pagamento? 💸
Durante uma transmissão ao vivo realizada nesta quarta-feira (18) pela Advocacia-Geral da União (AGU) em conjunto com o próprio INSS, Waller explicou que o modelo de devolução será feito em lotes quinzenais.
O que isso significa na prática?
Os pagamentos serão divididos em dois lotes por mês
Um lote será pago a cada 15 dias
Todo o processo será feito dentro de um único mês, ou seja, em até 30 dias os pagamentos devem ser concluídos
"Todos serão ressarcidos igualmente no mesmo período. Não terá lista de priorização. Aqueles que estiverem na mesma situação, na comprovação de serem lesados, serão pagos integralmente, com correção, e de uma única vez", afirmou o presidente do INSS.
Vai ter correção no valor?
Sim! Segundo Waller, os valores devolvidos serão corrigidos, garantindo que o aposentado ou pensionista receba de volta o montante real perdido com os descontos indevidos.
Por que esses descontos aconteceram?
O problema dos descontos indevidos afetou milhares de beneficiários que tiveram valores descontados diretamente da aposentadoria ou pensão sem autorização.
Os casos mais comuns envolveram:
Cobranças de serviços não contratados
Associações e entidades não reconhecidas
Seguros, clubes de benefícios e outras taxas não solicitadas
O INSS, junto com a AGU, vem investigando a situação e, agora, se compromete a corrigir os danos.
Quando o calendário de pagamento será divulgado?
Ainda não há uma data oficial, mas o INSS promete divulgar o cronograma de pagamentos nos próximos dias.
A expectativa é que os lotes comecem a ser pagos ainda nas próximas semanas, seguindo o modelo anunciado: dois pagamentos quinzenais dentro de um único mês.
Bradesco anuncia bolada em dividendos🤑

Se você é acionista do Bradesco (BBDC4), atenção! O banco anunciou nesta quarta-feira (18) o pagamento de R$ 3 bilhões em Juros Sobre Capital Próprio (JCP), uma forma de remuneração aos investidores que possuem ações da companhia.
👉 Esse é um dos maiores valores já distribuídos pelo banco em JCP de forma intermediária.
Quanto cada acionista vai receber? 💰
O valor bruto será de:
R$ 0,270 por ação ordinária (BBDC3)
R$ 0,297 por ação preferencial (BBDC4)
Mas vale lembrar: sobre esse valor, o Bradesco vai descontar 15% de Imposto de Renda, como determina a lei (exceto para investidores isentos, como algumas pessoas jurídicas).
Então, o valor líquido que cada acionista receberá será de:
R$ 0,229 por ação ordinária
R$ 0,252 por ação preferencial
Quem tem direito ao pagamento?
Terão direito ao JCP todos os investidores que tiverem ações do Bradesco na carteira até o dia 30 de junho de 2025.
👉 Ou seja: se você quiser receber, precisa estar posicionado antes dessa data.
A partir do dia 1º de julho de 2025, as ações passam a ser negociadas “ex-direitos”, ou seja, quem comprar depois dessa data já não terá direito ao JCP anunciado agora.
Quando o dinheiro vai cair na conta?
O Bradesco informou que o pagamento será feito até o dia 31 de janeiro de 2026.
O crédito será realizado automaticamente para quem tem as ações custodiadas na B3 ou para quem tem conta no Bradesco com cadastro atualizado.
👉 Se seus dados estiverem desatualizados, o banco recomenda procurar uma agência para regularizar e garantir o recebimento.
Por que o Bradesco está pagando esse JCP agora?
Esse pagamento faz parte da estratégia do Bradesco de melhorar a remuneração ao acionista, principalmente após um período de resultados mais fracos em anos anteriores.
Segundo o banco, o valor aprovado representa aproximadamente 15,7 vezes o JCP líquido mensal normalmente pago. Além disso, o montante será incluído no cálculo dos dividendos obrigatórios do exercício de 2025.
Isso significa que, ao final do ano, quando o banco fechar o balanço e calcular o quanto tem que pagar de dividendos, esse valor de JCP já será contabilizado como parte dessa obrigação
Lei de Stablecoins nos EUA faz ações da Circle dispararem 500%
CRYPTOS

Se você acompanha o mercado de criptomoedas ou é um curioso sobre investimentos, um nome está chamando atenção nas últimas semanas: Circle (CRCL), a empresa por trás da stablecoin USDC, está vivendo um verdadeiro “boom” na bolsa de valores.
👉 Só nesta quarta-feira (18), as ações da companhia subiram mais de 20%, atingindo US$ 179,94, o maior valor da história da empresa.
Mas o que está causando tanta euforia no mercado? Vamos te explicar!
O que é a Circle? 📲
A Circle é a empresa responsável pela emissão da USDC, uma das maiores stablecoins do mundo.
Se você não está familiarizado, stablecoins são criptomoedas com valor atrelado a moedas tradicionais, como o dólar. No caso da USDC, cada token equivale a 1 dólar americano, o que traz mais estabilidade para quem usa.
Elas são muito usadas para:
Transferências rápidas
Pagamentos internacionais
Operações dentro de exchanges de criptomoedas
E agora, cada vez mais, para aplicações em finanças descentralizadas (DeFi)
Por que as ações da Circle estão explodindo? 🚀
A resposta tem nome: Lei GENIUS.
👉 Nesta terça-feira (17), o Senado dos Estados Unidos aprovou a nova Lei GENIUS com ampla maioria (68 votos a favor e 30 contra).
Essa lei, que ainda precisa passar pela Câmara dos Representantes antes de ir para sanção final do presidente Donald Trump, estabelece um marco regulatório para stablecoins nos EUA.
Por que isso é importante?
A aprovação cria regras claras para o funcionamento de empresas como a Circle, o que significa:
Mais segurança jurídica
Mais confiança de investidores institucionais
Mais espaço para o crescimento do mercado de stablecoins nos EUA
E o mercado já está precificando isso. O resultado? Uma disparada impressionante nas ações da CRCL.
Um IPO que já entrou para a história 💼
Para quem não acompanhou desde o início:
A Circle estreou na bolsa no dia 5 de junho, com suas ações precificadas a US$ 31.
No mesmo dia, os papéis fecharam a US$ 83,23, uma alta de 163% logo de cara.
Em pouco mais de duas semanas, as ações já acumulam uma valorização de mais de 500%!
👉 Só para você ter uma ideia da dimensão: é o IPO mais bem-sucedido no setor cripto desde a listagem da Coinbase em 2021.
Volume de negociação também explodiu 📈
Além da disparada nos preços, o volume de negócios das ações da Circle também aumentou exponencialmente.
Investidores, fundos e até traders de curto prazo estão de olho.
Tanto que, nas últimas semanas, já surgiram ETFs (fundos de índice) focados em ações da Circle, muitos deles com operações alavancadas para maximizar ganhos (e claro, riscos também).
O que é a Lei GENIUS? 📜
De forma simples e direta:
A Lei GENIUS é um conjunto de regras criado para dar mais segurança, transparência e estabilidade ao mercado de stablecoins.
Os principais pontos da lei incluem:
Regras de capital mínimo para os emissores
Auditorias regulares
Garantias de reservas (os emissores devem ter 100% de lastro em ativos de alta liquidez)
Exigências de relatórios periódicos para os órgãos reguladores
👉 O objetivo é proteger os consumidores e evitar colapsos como os que o mercado de cripto já viu no passado, como o caso da falência da stablecoin TerraUSD (UST).
E agora? Vale a pena investir nas ações da Circle? 🧐
Essa é a pergunta que muita gente está fazendo.
Aqui vão alguns pontos para reflexão:
✅ Pontos positivos:
O mercado de stablecoins pode crescer muito nos EUA com a nova lei
A Circle está bem posicionada como emissora da USDC
O IPO foi extremamente bem-sucedido
❌ Pontos de atenção:
Alta muito rápida pode gerar correções (quedas) nos próximos dias
A aprovação final da Lei GENIUS ainda depende da Câmara e da assinatura presidencial
O setor de cripto ainda é muito volátil por natureza
Se você pensa em investir, é importante ter perfil para ativos de alto risco e sempre diversificar.
Nestlé Vai Investir bolada no Brasil Até 2028
NEGÓCIOS

A gigante suíça Nestlé, dona de marcas como Nescau, Nespresso, Ninho e Dolce Gusto, acaba de anunciar um novo pacote de investimentos gigantesco no Brasil. Entre 2025 e 2028, a companhia promete injetar R$ 7 bilhões no país.
Para ter uma ideia, isso é mais do que o ciclo anterior, quando a Nestlé aplicou R$ 6,3 bilhões por aqui.
Mas… o que a Nestlé vai fazer com todo esse dinheiro?
E mais: como isso pode impactar você, consumidor?
Um Brasil cada vez mais estratégico para a Nestlé
Hoje, o Brasil é o terceiro maior mercado da Nestlé no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos e a China.
Só no ano passado, o faturamento da empresa por aqui foi de cerca de US$ 5 bilhões, o equivalente a aproximadamente R$ 25 bilhões.
Por que a Nestlé está apostando tanto no Brasil?
Segundo a própria empresa, o Brasil é um mercado estratégico por vários motivos:
População grande e crescente
Consumo de alimentos e bebidas em alta
Potencial para exportação
Cadeia produtiva sólida, especialmente em café, leite e cacau
Além disso, o Brasil tem mostrado resiliência econômica, mesmo em tempos desafiadores.
E o que isso muda na sua vida?
Para o consumidor comum, esses investimentos devem trazer algumas consequências práticas:
Mais variedade de produtos nas prateleiras:
Novas linhas de chocolate, café e outras categorias.
Possíveis reduções de preço em algumas categorias (pelo ganho de escala e produção local).
Mais oportunidades de emprego:
Com novas fábricas, expansão de linhas e crescimento da operação de franquias.
Aumento da exportação:
O Brasil pode se tornar ainda mais importante como ponto de produção global da Nestlé.
Como fechou os mercados em 18/06/2025
🇧🇷Ibovespa: 138.206 pts
💸Dólar: R$5,49
📉S&P500: 6033,11 pts
🇪🇺Euro: R$6,35
₿Bitcoin: R$591.7K
💲Etherium: R$14.1K
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Até terça
Nas sextas e nas quintas pra você, as 6:07. Alguns servidores de e-mails são pirracentos as vezes e acabam por não notificar ou até pior, mandam para a caixa de spam, dê uma olhada nesses lugares.